quarta-feira, 22 de julho de 2009

Razão

Razão, para que razão? Vou contar-lhes uma historia.

Os sentimentos são para sentir, mesmo aqueles que são considerados ruins, como ódio e raiva. Nós todos sentimos, mesmo que seja por objeto, mas sentimos, agora imagine isso duplicado e ao mesmo tempo?

Sim, mesmo com todas as possibilidades da razão estando contra, o que acho completamente sem sentido, pois para que razão no amor? Sim o amor é cheio de perguntas, cheio de respostas, cheio de paixão.

Uma mulher nova, bonita e culta. Um homem mais velho, alguns anos mias velho, por volta de 30 anos mais velho, culto, bem afeiçoado e muito simpático. Os mais fanáticos religiosos diriam: Sacrilégio! Mas eu, o mais fanático amoroso, digo: PERFEITO! Sinta, deixe ser sentido, AME.

Essas duas pessoas estavam com isso escrito em algum lugar, creio que no coração um do outro, que quando se encontrassem iriam se amar. E isso aconteceu, isso acontece, o amor nos deixa tão bobo que, quanto mais intenso mais parecido com uma criança em seu primeiro amor, parecemos. Isso é lindo, isso é vida, deixar a felicidade entrar em sua vida não é feio, não é chato: é viver.

Padecer sob a angustia de não deixarmos de viver, é algo tão mesquinho que envelhecemos na mente, no coração. A sinergia de sentimentos, o encontro obnubilado destes é constante e crítico, quem não quer sentir, quem não quer amar?

Deixo a frase de amor a todos para pensarem e para seguirem, pois eu sigo essa vida, eu sigo esse caminho:

- Nunca é um erro viver o amor, um erro é deixar de vivê-lo. Viva, sinta, ame e seja Feliz.

- Amor não tem sentido, amor não tem forma, o amor é intenso e indiscreto, o amor não pede, ele faz-se pedir.

Bruno Sátiro

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O íntimo compositor.

Um compositor, o compositor. Aquele que transparece em palavras o sentimento que sente, que quer sentir, escreve com sutileza, que se deixa levar, escreve.
O compositor senta em uma sala branca, sem nada apenas duas cadeiras, em uma ele senta, na outra está aquele que será sua criação, porém esta é apenas um boneco, sem rosto, sem roupas, um manequim. Em sua mão há um bloco de papel e uma caneta, o sentimento de perda aflora e sem mais nem menos aquele boneco sem vida chora, mesmo sem olhos há uma expressão de dor, de angustia, suas mãos tocam o peito e as lagrimas escorrem. Os primeiros versos nascem:

“Ao arder do amor
Em uma paixão morta
Morro na felicidade
E vivo na Saudade”

Aquele manequim que chorava, agora ganha um grisalho cabelo, olhos, nariz, boa, uma pele surrada pelo andar de uma dura vida. Agora seu peito bate, a dor aumenta, os seus dedos tortos do trabalho pressionam o surrado coração. Outros versos são escritos e roupas lhe são atribuídas e de um olhar fundo, sem propósito, ainda escorrem as lágrimas.

“O apagar gradativo da luz de esperança
Uni-se aos passos de meu amor
E como se não bastasse, não há reação
Vejo o fim de uma luta por essa paixão”

O compositor agora junto com seu criado chora e sente toda dor que aquele está por sentir. A sincronização é tanta, que o galpão, a cada minuto mais branco fica, refletindo apenas os dois, não há onde olhar, observa que a angustia gera um campo de energia que está interligada, agora o manequim tem nome, tem sentimentos, todos!

“Se pudesse mudar o destino
Até o meu nome herdado de meu pai Aquino
Recusaria
A você meu bem eu voltaria”

E o fim desse compositor está a chegar, vê que a idade cada vez mais chega o nosso manequim. Ele não está bem, agora até doença tem. Em seus braços não há força para pressionar a recorrente dor que mora em seu peito. O choro tão grande quanto era, continua, agora seus pensamentos são vistos, a imagem de uma linda mulher, Maria Mulher, era seu amor, é seu amor. Amor de Aquino que a única herança de seu pai recusou, para acabar com o desenrolar dessa dor. O gran finale chega, agora gritos da dor da perda, junto com um sorriso reluzente aparece, a felicidade do fim de sua angustia chega e o compositor finaliza aquilo que fora uma saga de agonia.

“Maria, que um dia toquei
Agora apenas imagem tenho
Maria que amo
Sei que acabou, mas lhe ver sorrindo
Com aquele pequeno menino, dói.
Morro um pouco por dia,
A cada suspiro, respiro.
Mas o fim chegou, Maria
Morro triste por tua ida
Mas feliz pelo fim da minha agonia.
Maria, Maria que me fez sorrir
Que me fez viver
A quem fé depositei,
Levo comigo, para que viva
Livre dos pensamentos desse velho doente
Fecharei os olhos com sua imagem sorridente.
E se um dia na luz nos encontrarmos
Com o amor eterno jurado
Esperarei,
Pelo aperto de mão
Para sim estar reconfortado
Paixão.”

Bruno Sátiro de Souza

domingo, 29 de março de 2009

Morrer por não viver?

Ainda atordoado começo a recobrar a consciência que abruptamente, por bem temporariamente, foi retirada. Olho, com a imagem ainda embaralhada, onde estou, não vejo nada, não reconheço nada, tento levantar e nada, olho para mim, apesar do escuro observo que mesmo com minha vontade a local algum eu vou. Estou preso a uma cadeira, fui seqüestrado da mais pura e ilegal forma. São poucas luzes ao fundo que demonstram a profundidade do local, que é úmido, frio, escuro e mesmo com toda essa sombria imagem, me reconforta e faz com que o frio na barriga torne-se calor.
Ouço, com dificuldade passos ao fundo, os contornos de quem reproduzem esses sons aparece, são de fortes pessoas, de pessoas com decisão e sem mais nem menos param. Ao abrir a boca para perguntar onde estava, sinto um gosto amargo, um liquido quente escorrer sobre meu lábio tocando minha língua, liquido que escorria sobre meu rosto, solto uma de minhas mãos para tocar e vejo que aquilo que fazia mais um de meus sentidos se aguçarem era meu próprio sangue, era parte de mim tocando em mim.
Enfim, aqueles que se aproximaram, mas não apareceram, resolvem falar, resolvem perguntar. Como primeira pergunta, parecendo ser a ultima, escuto: “Amaste alguém, tanto quanto sua vida?”, imagino meus pais, meu irmão, minha irmã, mas a pessoa a quem respondo em bom tom de voz, sob o escorrido e derramado sangue é você. Ouço como resposta a uma minha frase, “se amas tanto quanto fala, fará o que digo, sua vida não terá como seguir, sua saída ou melhor sua ultima ação será escrever a essa pessoa, dizer onde está, dizer que morrerá e que a ultima imagem que vê é essa pessoa, pois está aqui por ela, está aqui por não dizer, está aqui por se torturar em não amar”.
Imagino como irei dizer isso a você, se não conseguia nem te encarar,como vou dizer tudo isso? Minha outra mão é solta, uma caneta e um bloco de papel me são dados e por assim solicitado, a escrevo esta carta que lê, porém não vou dizer o que sinto a você, mas vou descrever o que essas pessoas me fizeram ouvir, me fizeram falar.
Pós receber essa que seria minha ultima fase em um passo de amor, ouço outra pergunta: “como descrevera a pessoa a quem sua vida doa?” e o respondo:

Descrevo-a como o mar,
Que belo é, que apaixonante a cada encontro fica
Descrevo-a como o pasto
Que delicado é posto o orvalho pela manhã
Descrevo-a como uma flor,
Que mistura a beleza e a delicadeza
A descrevo de todas as formas na qual vejo todos os dias reluzente ao aparecer.
E que fundo e aprisionador são seus olhos
Macio e aconchegante é sua pele,
E enlouquecedor é seu abraço.


Ao lembrar de você e descrever a esse que nem o nome sei, sinto em minha boca, a mistura daquele gosto amargo e quente, com um salgado e frio, pois ora, eram minhas lágrimas por sentir você. Então por coragem e força, chegou a hora de eu perguntar, quem é esse, que me machuca por não dizer e mata por não viver o amor?
A resposta vem em uma simples palavra porém tão forte quanto um tiro: Sou o seu CORAÇÃO.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

[Odeio,] Escuro Reflexo, Amor do Claro [O]

OBS.:
Para ler esse texto deve-se seguir as seguintes regras:
1) Leia normalmente o texto, porém sem ler o que está entre chaves.
2) Ao acabar de ler, leia novamente o texto de baixo para cima lendo o que está nas chaves, para ler o titulo do outro texto leia da direita para esquerda lendo o que está entre chaves.
3) Boa leitura!


[Odeio]
Ao amor que tão pouco respeito tem
Escrevo
Oriundo Ódio do Ópio,
Subscrevo.
Esse que alegria instantânea gera
[Não] Odeio
Aquele que longo prazer tenho,
Amo.
Espelho reflete o que vejo,
Escrevo.
Espelho que imagem vê?
Choro.
Mas paixão salva aquele
Nesse tragédia sinto.

Desordem de morte.

Na escuridão deprecio
Sinto o medo dominar
Sob a luz daquele que um dia fui
Terror, fadiga
Ah! Essa morte de vida
Esse viver por morrer
Como escuro, sombrio vejo
Não enxergo por luz, mas por ausência dela
O esperar de um dia desintegro
O caminhar noturno odeio.
O que vejo, sinto e escuto?
Nada.
O lugar poderia ser branco, verde...
Mas é negro é ausência é medo.
Casta tentativa de esperança
Eu morro.
Morrerei sob as víboras de vida
A qual me doei em temporal espaço
Morrerei.
Não sei se vivo, ou se a cada pouco morro
Desilusão
O mundo que acreditei
Foi-se junto as sanguessugas de virilidade
Só!
Sozinho, sem a graça de apreciação
Morro
Lutar sentido não há, espere...
Morrerá.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Gozo futuro



O cigarro pito
Da auto-cultura me alimento
Sob o liquido que bebo, escrevo
Aqueles que por vir estão
Como fumaça disseminará minha indagação
Dos jovens de que ler-entenderão
O otimismo de uma verde terra,
Amarão.

Bruno Sátiro de Souza
Out/08

“Os senhores Patacos”





Poucos anos nesta terra vivi

Nesses poucos os patacos odiei

Como explicam o estupro armado cultural e rico, contra partindo com civilizada, como dizem forma de viver?

Ah! Esses que um dia vingarei

Em minhas terras a diversidade reina e sobrevive

Com a força que os antigos tiveram

Submissão? Não.

Agora quem manda são os ordinários selvagens que um dia...

Em Tupi-Guarani forçados ficaram

Não obstante mostrarão que de colônia surgiram

E de império gozarão

Aos “escravos” prazer mostro

Sua malandragem reinará

Sua determinação, um dia, tornar-se-á lei.



Bruno Sátiro de Souza

Out/08